segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Paul McCarteney in Porto Alegre - 07/11/2010

Emocionante. Paul McCartney veio a Porto Alegre para encantar os gaúchos, definitivamente. De terno roxo, camisa branca, calça preta e os característicos suspensórios, Paul esbanjou uma performance invejável no palco montado no estádio Beira-Rio e arrebatou o público com seu gauchês:
“Mas, bah, tchê!”, “Trilegal” e o famoso “Ah, eu sou gaúcho” foram as expressões que Paul intercalou com “Obrigado, Brasil” e “Obrigado, Porto Alegre” e que serviram para que ele conquistasse de vez a simpatia do público gaúcho.
Após as 10 primeiras músicas e quase 50 minutos de show, o público se esbaldou no romantismo de My Love.
– Escrevi esta música para minha gatinha. Mas hoje ela é para todos os namorados – disse o ex-beatle, arrancando suspiros da plateia, enquanto casais se abraçavam e dançavam.
John Lennon e George Harrison foram lembrados por Paul McCartney em dois momentos emocionantes do show.
Ao cantar Here Today – no palco, só ele e o violão – Paul declara seu amor ao amigo John. A canção, do disco Tug of War (1982), é um lamento comovente, dedicada ao ex-beatle assassinado em 1980. “Eu escrevi esta música para o meu amigo John”, diz Paul.
Em Something, Paul homenageou George. Fotos do amigo apareceram no telão durante a música, composta para o álbum Abbey Road (1969).
Após um show pirotécnico e o costumeiro fogo do rock’n roll no palco, o ex-beatle, que já tinha ganho o público desde o primeiro acorde, fez os gaúchos o reverenciarem com, talvez, a mais clássica de todas as canções do show: Hey Jude.
Não é qualquer músico que, após mais de 2h30min de espetáculo, finaliza uma apresentação explodindo em êxtase dezenas de milhares de pessoas e volta para o bis com a disposição de quem está recém iniciando a noite. Day Tripper, Lady Madonna e Get Back em sequência fez o gramado e arquibancadas do Beira-Rio se transformarem em uma pista de dança. Palmas, mãos pra cima, sorrisos largos. Os fãs queriam, de qualquer maneira, interagir com sir Paul.
Mais uma breve pausa e a volta para o segundo bis, com Yesterday e Helter Skelter criando um misto de lágrimas e ranger de dentes. Lágrimas, pois Paul, ao primeiro acorde do violão de Yesterday, faz com que a mente voe para o sentimento mais secreto. O ranger de dentes fica evidente quando a cabeça de milhares de fãs sobe e desce — um dos gestos clássicos do rock pode até parecer analogia em reverência a um dos homens que revolucionaram o estilo.
Após cerca de 3h de espetáculo, era a vez de dar tchau. Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band foi a escolhida para o adeus. Se assitir Paul McCartney na Capital começou como um sonho, um desejo quase impossível de ser realizado, fica na fala final de “macca” o pensamento não apenas de uma noite antológica, mas um novo sonho.
— Obrigado, Porto Alegre. Até a próxima – disse Paul.
Nós que agradecemos, Paul. Volte sempre.


Fernando, Juliano, Guilherme, Cristiano e Lena

Um comentário:

  1. Ai amigo............. Que vontade de ter ido no show! Devia estar mesmo uma loucura. E tu me surpreendeu com este post. Deve pensar em fazer jornalismo ou algo do gênero. Te expressas muito bem, tens o dom da escrita. Bjs
    Luciane Schuler

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