O INACABADO QUE HÁ EM MIM.
Eu me experimento inacabado. Da obra, o rascunho. Do gesto, o que não termina.
Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo,
O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber. O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos.
Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nesta hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis.
Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil.
Melhor mesmo é continuar na esperança de confluências futuras. Viver para sorver os novos rios que virão.
Eu sou inacabado. Preciso continuar.
Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida. A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim. Um dia sou multidão; no outro sou solidão. Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só. Eu sou assim. Sem culpas.
Padre Fabio de Melo
"Há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia." ( William Shakespeare )
domingo, 27 de fevereiro de 2011
sábado, 26 de fevereiro de 2011
"Tempus est optimus judex rerum omnium"
Não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
William Shakespeare
Tudo tem seu tempo...
Tempo de chorar, tempo de sorrir.
Tempo de amar, tempo de partir.
Tudo tem seu tempo.
Certo é o momento.
William Shakespeare
Tudo tem seu tempo...
Tempo de chorar, tempo de sorrir.
Tempo de amar, tempo de partir.
Tudo tem seu tempo.
Certo é o momento.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Tempo, tempo, tempo...
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Este sou eu...
Aos Filhos de Peixes
Oswaldo Montenegro
É peixe quando pula e descortina
a clara possibilidade de mudar de opinião
é peixe quando sem ligar a seta muda o rumo
inverte a coisa, embola o pensamento e então ...
é peixe quando o germe da loucura
se transforma em claridade e anda pela contramão
é peixe quando anda no oceano de quarenta correntezas
sem nenhuma embarcação
é peixe quando salta o precipício da responsabilidade
e tem uma queda pra ilusão
é peixe quando anda contra o vento, desafia o sofrimento
e carrega o mundo com a mão
é peixe quando a luz do misticismo
se transforma na procura do princípio e da razão
é peixe quando anda no oceano de quarenta correntezas
sem nenhuma embarcação
Oswaldo Montenegro
É peixe quando pula e descortina
a clara possibilidade de mudar de opinião
é peixe quando sem ligar a seta muda o rumo
inverte a coisa, embola o pensamento e então ...
é peixe quando o germe da loucura
se transforma em claridade e anda pela contramão
é peixe quando anda no oceano de quarenta correntezas
sem nenhuma embarcação
é peixe quando salta o precipício da responsabilidade
e tem uma queda pra ilusão
é peixe quando anda contra o vento, desafia o sofrimento
e carrega o mundo com a mão
é peixe quando a luz do misticismo
se transforma na procura do princípio e da razão
é peixe quando anda no oceano de quarenta correntezas
sem nenhuma embarcação
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Segurança e Educação!!!
Num país onde a disparidade social é predominante, a fome, a miséria e o desemprego são mascarados com bolsa-família, bolsa-escola, como forma de incentivo e não sócio-educacional a essa problemática, o que poderíamos esperar de nossa juventude??? Hoje - e os tele-jornais bem mostram isso - as drogas são consumidas nas portas das escolas, em frente ao poder público, e parece haver um descaso da parte das autoridades. O educador está cada vez mais desvalorizado, moral e financeiramente falando, as escolas lançadas ao abandono e, quando falam em educação, nada mais é para divulgar uma política falsária, daquelas que se apegam em números para dissimular trabalho. Logo, não encontrando estímulo em sala de aula - onde há um bom tempo atrás era considerada a segunda casa do aluno -, ele parte para algo mais prazeroso... aí entram as drogas.
Se valorizassem mais o ofício dessa profissão, dando a ela todo o respaldo que lhe é cabível, investindo numa capacitação condizente com a realidade de cada grupo escolar, olhando com zelo e otimismo o aluno desde a pré-escola, com certeza, estaríamos formando um cidadão consciente, capaz e responsável. Consciente de que "droga" é uma droga; capaz de sustentar a sua posição perante ela e, mais ainda, de argumentar com veemência sobre o seu poder maléfico; e responsável até mesmo na hora de escolher seus representantes.
Mas para quê? O Estado deve ter outras preocupações... Os presídios abarrotados, milhares de menores infratores, o consumo desenfreado de drogas, a segurança pública agonizando, isso tudo são sinais de que o princípio básico de uma sociedade está abalado: a educação.
Quem sabe um dia teremos uma escola voltada não só para a educação teórica, mas empírica também, onde poderemos fazer uma leitura universal daquilo que particularmente envolve cada ser humano, com suas problemáticas e seus anseios, transparente e interdisciplinar, capaz de reformular o conceito de aprendizagem para que o aluno seja visto, desde cedo, como multiplicador da ética e da cidadania, desvinculado das drogas e do abandono.
Se valorizassem mais o ofício dessa profissão, dando a ela todo o respaldo que lhe é cabível, investindo numa capacitação condizente com a realidade de cada grupo escolar, olhando com zelo e otimismo o aluno desde a pré-escola, com certeza, estaríamos formando um cidadão consciente, capaz e responsável. Consciente de que "droga" é uma droga; capaz de sustentar a sua posição perante ela e, mais ainda, de argumentar com veemência sobre o seu poder maléfico; e responsável até mesmo na hora de escolher seus representantes.
Mas para quê? O Estado deve ter outras preocupações... Os presídios abarrotados, milhares de menores infratores, o consumo desenfreado de drogas, a segurança pública agonizando, isso tudo são sinais de que o princípio básico de uma sociedade está abalado: a educação.
Quem sabe um dia teremos uma escola voltada não só para a educação teórica, mas empírica também, onde poderemos fazer uma leitura universal daquilo que particularmente envolve cada ser humano, com suas problemáticas e seus anseios, transparente e interdisciplinar, capaz de reformular o conceito de aprendizagem para que o aluno seja visto, desde cedo, como multiplicador da ética e da cidadania, desvinculado das drogas e do abandono.
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