sábado, 28 de agosto de 2010

MOSTRA DE POEMAS - Um outro olhar é possível...


“De que vale olhar sem ver”
Goethe


PROCURA...

Olhos de Lince
e mãos
são antídotos
para o artista, poeta e irmão
que tocam no instrumento,
na imaginação
Olhos de Gueixa
e sedução
são artimanhas
para o corpo, alma e coração
que se apaixonam no olhar
na canção

Olhos de Jade
são os seus a procura dos meus



“A ti, Amor, minha outra vida, pois quando oro a Deus teu nome ele ouve e o pranto em meus olhos são lágrimas de nós dois”
Manuel Bandeira


A NOITE ACABOU

Como eram lindas
aquelas noites
Quando nossos beijos
paravam o trânsito
Quando nossos abraços
congestionavam as avenidas
Quando nossas lágrimas
alagavam as calçadas
Quando nossas chamas
clareavam as ruas
Quando nossos toques
apagavam as luzes da cidade
Tudo silenciava,
todos iam dormir...
Apenas nós ficávamos a vadiar;
a nos abraçar,
a nos beijar,
a nos tocar...
Hoje não sei mais o que fazer
A noite acabou. O dia amanheceu.
De vez em quando
ainda anoitece dentro de mim,
Mas vejo que em você faz meio-dia.
Então, bom-dia.
Cadê o meu edredon?


















ETERNO VIVER

Neste sonho lindo
que é a vida
a cada amanhecer
respiras a liberdade
do novo e do belo
Nesta linda vida
que é um sonho
a cada anoitecer
transpiras a felicidade
de um viver eterno
Em cada sonho
uma esperança
de cada vida
uma lembrança
Assim, sonho e realidade
se misturam
e fazem a vida acontecer
corpo e alma
se completam
na busca de um
eterno viver



















QUIMERA

Quimera que não consigo
Traduzir em aquarela
São desejos de nós dois
Estampados numa espera
Desenhei num pedestal
Com brilho e muita luz
A alma de quem eu amo
E onde ela me conduz
Os seus olhos eu pintei
Com cor de mel e madeira
Sua mão deixei em pauta
Pra durar a vida inteira
Em compasso circulei
A distancia entre nós
E depois eu cravejei
Com sátira a sua voz
Nosso amor eu rabisquei
Fiz com ele um paraíso
Depois do primeiro beijo
Nós dois perdemos o juízo


TANTO QUERER

Quero
Cada vez que te espero
Me desesperar
Se eu não te achar
Quero
Que tu me fales...
Que tu me cales,
Caso eu perguntar.
Quero
Teu olhar sereno
Esse teu jeito ameno
De me torturar.
Quero
Em teu lindo sorriso
Fazer um paraíso
Pra gente se amar.



SOLIDÃO

Aponta pra mim o caminho
Me mostre a direção
Tire de mim o espinho
Que causou a solidão
Me conduza ao lindo Éden
Onde o gozo não tem fim
Me ensine a ensinar
Pra que nada fique assim
Vem estar comigo hoje
Me fazendo companhia
Florescendo meu deserto
Me livrando da agonia
Não quero ficar pra sempre
No silêncio do saber
Irei explorar o mundo
Sem ao menos conhecer
O fim da vida vivida
A dor da separação
O luto de uma saudade
E o porquê da solidão



CAMINHOS CRUZADOS

Atraído por seu encanto
Deixei-me envolver
Transeunte em meu caminho
Fiz você me perceber
Seus olhos têm um fulgor
Que transmutam energia
Foi tão forte a emoção
Que eu senti naquele dia
Ao abrir nossas comportas
Desaguamos para o mar
Ao sentir o seu abraço
Meu corpo quis se entregar
Fizemos daquela noite
A mais longa madrugada
Acabaram as nossas buscas
Veio a paz tão desejada
Hoje somos assim
Frutos desta maresia
"Incestuosa sua voz
e a minha poesia"
*citação: Sueli Costa/Abel silva













FLOR MULHER

Alma menina
Olhos domínios
Mãos de afago
Corpo mulher
Espírito grande
Gera fascínio
Pureza transcende
Amor bem-me-quer

Na ânsia das almas
Tranqüila é tua voz
No ímpeto dos homens
Acalentas a nós
Assim te descrevo
Para te eternizar
No verso e na mente
E em todo lugar...

LÁGRIMA DISCRETA

Não pense que te esqueci
Não me olhe com esse olhar
Pois em seu rosto reflete
Um desejo de me amar
Dentro de nós existe
Um amor que não findou

Mas por um simples adeus
Você me abandonou
Eu penso muito em você
Não escuto mais sua voz
No silêncio do meu rosto
As lágrimas caem por nós
Eu tenho você em mim
No pouco que me dissera
O amor que é verdadeiro
Não morre, mas dilacera




Mostras de poemas: Fernando Caiel (Autoral)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Inter conquista bi da Libertadores

Outra virada sobre o Chivas Guadalajara e o Inter se tornou bicampeão da Copa Libertadores na noite desta quarta-feira, no estádio Beira-Rio. Os 3 a 2 igualaram os gaúchos a River Plate, Santos, Cruzeiro e Grêmio, o técnico Celso Roth conquistou seu primeiro título de expressão e a vitória coroou uma geração que levantou o troféu em 2006, com Tinga, Sóbis, Bolívar, Renan e Índio. A torcida enfim pôde mudar o canto que ecoou no estádio por 90 minutos de “Inter, Inter, seremos campeões” para “somos bicampeões da América”.

Os mexicanos saíram na frente no primeiro tempo, com Fabián, mas Rafael Sóbis empatou no segundo e Leandro Damião virou a partida. Giuliano, o talismã, ainda fez o terceiro, e Omar Bravo descontou no final. Agora o Inter mira Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, onde em dezembro tentará outro bi, este do Mundial de Clubes da Fifa – mesmo se perdesse estaria classificado, já que o Chivas é membro da Concacaf e não pode se classificar via Libertadores.

Rafael Sóbis foi repatriado do futebol árabe e chegou ao Beira-Rio fora de forma. Forte nos bastidores da CBF, a diretoria do Internacional conseguiu que ele e mais dois jogadores (Renan e Tinga) fossem inscritos antes da janela de transferência estar aberta. Quis o destino que o titular Alecsandro se machucasse no primeiro jogo da final e não tivesse condições de jogo em Porto Alegre. Sóbis então ganhou chance entre os titulares e fez o gol que iniciou a conquista. Tudo isso com Pelé nas tribunas. O “Rei do Futebol”, de terno vermelho por causa do patrocinador, apostou pela manhã no Inter campeão. E jogou a fama de pé-frio na lata do lixo, ao entregar a taça para o capitão Bolívar, que levou o filho para o momento especial.

O Inter estava nervoso em campo. Os mexicanos faziam muitas faltas, algumas violentas, mas Oscar Ruiz aliviava no cartão. Mesmo assim, os donos da casa erravam muitos passes e viviam de jogadas isoladas de D’Alessandro ou da velocidade de Sóbis ou Taison.

O Chivas aos poucos dominou o meio-campo, com Bautista e Fabián dando as cartas. Bautista era perseguido por todo o campo por Sandro, mas mesmo assim conseguia se desvencilhar e tentar lançamentos para Omar Bravo.

Em um dos passes, Bravo, de 1,69m, pulou mais alto do que Bolívar, de 1,85m, e conseguiu jogar a bola para o meio da área, onde Fabián acertou um voleio e abriu o placar. Tensão no Beira-Rio, já que o resultado levava a disputa para a prorrogação.

Celso Roth preferiu não mudar o time ou o esquema no intervalo. Mas, com 11 minutos, percebeu que precisaria de maior ímpeto ofensivo e pediu para chamar Giuliano, o talismã que havia marcado gols decisivos em três jogos da competição. Pois Roth nem viu direito o gol de empate de Sóbis, que nasceu de um cruzamento de Kléber. Ele dava instruções a Giuliano e, quando se virou para o campo, seu time havia empatado. Não se sabe se tiraria Sóbis, sem ritmo, mas depois mudou de ideia e sacou Taison.

Com o treinador, que assumiu durante a parada por causa da Copa do Mundo da África do Sul, o Inter só marcou gols no segundo tempo na Libertadores. Foi assim nas duas partidas da semifinal contra o São Paulo, diante do Chivas em Guadalajara e no Beira-Rio nesta quarta. A estrela de Roth brilhou porque quando decidiu sacar o até então artilheiro da noite, cansadíssimo, colocou Leandro Damião, garoto de 21 anos, contratado do futebol catarinense e que pulou igual criança quando marcou a virada. Giuliano, artilheiro do time na Libertadores, marcou seu sexto gol e completou a vitória.

Até o final o Inter tocou a bola, a torcida cantou, o Chivas entendeu que estava derrotado (apesar de Arellano ter apelado, feito falta dura em D’Alessandro e ter sido expulso no final). O resto foi festa na noite de Porto Alegre. Os mexicanos ainda diminuíram no final, brigaram com os colorados depois do jogo e saíram de campo vaiados. Noite quente para o mês de agosto e que esquentou ainda mais com outro título brasileiro na Libertadores.
Capitão Bolivar recebe troféu da Libertadores das mãos de Pelé