sábado, 17 de abril de 2010

Começando aqui...

Você não estará sozinho a vagar: Deus vai lhe amparar.

Um dia - por amor ou pela dor - todos nós recorreremos a Deus como sendo nossa válvula de escape. Pois é a Ele que clamemos na última hora, sendo ou não cristão. No mundo de hoje, em meio à tanta violência, o caos tomou conta de nossas vidas. Não mais sabemos o que é verdadeiro ou falso, confundimos o real com o surreal e a fé com a religião. O conceito da "verdade" vem desafiando a humanidade por milhares de anos. Filósofos da antiga Grécia debatiam a natureza da verdade. Eles discutiam se ela era real e absoluta, ou relativa e ilusória. Suas dúvidas podem ter sido refletidas numa questão de Pilatos: "Que é a verdade?" (João 18:38). Ainda em João 8:32, Jesus disse: "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Não há neste mundo algo tão maravilhoso quanto à liberdade. Ela nos dá o direito de nos comprazer com aquilo que há de mais divino em nós, e, através dessa mística, eleva o nosso espírito a um Ser criador.
Tenho ouvido muito este quarteto e, indiferente de credo ou religião, ele tem me feito refletir sobre a verdade inerente em cada um de nós. Sobre aquilo que sabemos sem conhecer. Algo que existe lá dentro de nós com o qual nos identificamos com apenas uma palavra. Muitos pregam religião, tentando nos persuadir em seus credos ou até mesmo nos convertendo a eles. Porém, poucos fazem de sua fé um exemplo a ser seguido. Conheci na faculdade um colega que é pastor e tenho o privilégio de ser amigo dele. Muito falamos a respeito de Deus e sua bondade, mais ainda sobre os mistérios que envolvem o seu nome. Foi dele a melhor definição que tive de Deus, até então desconhecida de mim: "Deus é como o vento: sei que ele existe, mas não o vejo." Posso afirmar que renascia em mim o desejo de encontrar a verdade, talvez a minha própria verdade, àquela escondida no âmago de minha alma.
Quando falo em minha própria verdade, estou me referindo aos ensinamentos dados por minha mãe - "Ensinai à criança o caminho em que ela deve andar, e, mesmo depois de velha, ela não se desviará dele" (Prov. 22:6) -, pois vem dela toda a formação religiosa que tenho. Aprendi, através deste amigo, a lidar com assuntos relacionados a fé, a conversar com Deus. Pois ele tem o dom de evangelizar sem ser moralista, de testemunhar através de seus atos de bondade, caridade e amor. Um dia ele me disse que para anunciar a Cristo não precisava estar numa congregação, bastava estar entre as pessoas, em qualquer lugar. E vejo o quanto ele estava certo, pois o mundo tem sede de conhecimento, verdade, justiça...

Ao ouvir esta melodia pela primeira vez (Se pode uma palavra), lembrei-me do dia em que fomos visitar uns necessitados, num vilarejo, onde ele dá assistência. Lá, pude perceber o quanto somos desumanos e egoístas, achando sempre que as necessidades alheias são para os outros resolver e não nós. Fazemos de conta que o problema não existe, enquanto milhares carecem não apenas de comida e agasalho, mas, principalmente, de carinho e atenção. Mais uma vez comprovei a teoria de que existe muita diferença entre o dizer e o fazer...
"Se um gesto de atenção restaura o brilho de um sorriso, se um pouco só de amor trasnforma o mundo em paraíso, se posso ao meu irmão prestar socorro em rude prova, oh, Deus eu quero ter mais desse amor que o ser renova" Saí desse encontro revigorado e com a certeza de que podemos sempre fazer mais uns pelos outros, indiferente de que situação esteja o nosso semelhante. Não precisou palavras para que houvesse em mim uma trasformação, pois o ato em si já demostrava o que mil sermões não atingiriam com esta imagem (fui eu quem fez a foto). Vi ali retratado toda uma problemática social, familiar e afetiva, desde o casebre até os chinelos nos pés da criança. Porém, a grandeza maior não estava naquilo que ía ser doado, mas sim, na humildade do gesto em se doar... Confesso que a partir daí o ato de repartir tomou outra dimensão em minha vida.
Sabemos que a vida é feita de percalços, inseguranças e indecisões, mas, se, ao invés de tragédia e tristeza, cultivarmos a alegria e a solidariedade, poderemos, indiferente do credo de cada um, usufruir de uma paz imensurável e reconhecer que o céu é aqui, logo, temos que começar por aqui mesmo.

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